2ª Perna da Expedição
Na manhã do dia 31, sábado, o Edson e o Chico foram buscar gasolina na cidade enquanto o restante preparava os barcos, abastecidos de água, gasolina e muita expectativa aos poucos a flotilha foi lançando-se rio abaixo aproveitando um delicioso vento de popa em meio a um lindo dia de sol.

A eclusagem mais uma vez foi tranqüila, com o operador muito atencioso como sempre e o silencio só foi interrompido pelo barulho excessivo de musica numa pequena lancha que nos acompanhava na eclusagem. Parecia mais um trio elétrico (embarcação a esquerda)...
Na abertura da porta tivemos uma visão fantástica, quanta beleza se abriu a medida que avançamos pelo canal de Bariri. Um tanto estreito dava pra ver de perto as pessoas que acampavam ao longo do canal por entre as arvores e nos cumprimentavam como se fossem velhos amigos, ate um empurrador com umas dez pessoas que pousaram para nossas fotos.
Após vencermos os dois canais artificiais e com linhas de alta tensão subimos os mastros e iniciamos uma velejada com pouco vento que logo foi embora e os motores mais uma vez tiveram que ser acionados.
Por um longo trecho de mata ciliar bastante rica em pássaros, peixes e uma linda paisagem. Pelo rádio o Paulo Abreu nos alertou da lua cheia surgindo no horizonte anunciando um por do sol digno de cinema.

Em seguida fomos chamados no rádio pelo comandante de uma imensa chata que nos pedia para navegarmos fora do canal principal da hidrovia, protegidos de um possível abalroamento.
Assim que nos alcançou chamamos o comandante da chata pelo rádio que prontamente nos deu várias informações, ele estava indo para Goiás via São Simão, em 12 dias de viagem para voltar carregado com farelo de trigo para o Porto Intermodal de Pederneiras.
Brindou-nos com um show de luzes e um pisca-pisca com o rebocador inteiro e pelo rádio desejamos boa viagem uns aos outros, que coisa bacana.
Em seguida o Papaléguas que estava a frente entrou em contato com o operador da Balsa que aguardou sua saída para a passagem dos veleiros e indicando o ponto de melhor parada logo após a prainha de Arealva onde havia um píer.

Logo preparamos um belo jantar onde juntaram a tripulação do Zip (Paulo Abreu e Frank) para jantar no Papaléguas e a tripulação do Bichop para jantar no Igaraçú com o Marcelo e a Jaqueline, logo após e alguns foram conhecer o bar e o camping da praia.
Dia 1º de novembro amanheceu um dia lindo e nos primeiros raios o Chico já estava de pé afoito pra colocar as velas na primeira brisa da manhã. Disse-nos que tomaria o café na “estrada” mesmo juntamente com a Mariana(esposa) o Edson e a Angela (amigos).

O vento começou a aumentar e as 10 h da manhã já estava na cara, Bichop, o Zip e o Igaraçú bordejam a contra vento apreciando a paisagem e os novos condomínios que surgiram por ali e que não constam no Atlas da Hidrovia, instrumento este de grande valia para navegar pelo rio, um pouco desatualizado mas nada que um bom lápis e uns rabiscos a gente vai consertando a coisa e conhecendo.

Logo a frente o vento deu uma cessada e o calor já estava beirando os quarenta quando paramos a contrabordo o Bichop e o Igaraçú fazendo uma motorada do tipo “Catamarãm” e logo chegou o Zip querendo fazer parte da festa, atracamos os três e o “Quadrimarãm” seguiu até a foz do Pepira. Entrando no canal jogamos as bóias salva-das na água e com a retinida no reboque fizemos um belo bóia-board por ali.
Quando chegamos mais perto do Papaléguas que de novo zarpou para explorar mais adentro o canal do Jacaré-Pepira. Descansamos por ali e após longos mergulhos na água límpida desse rio que passa por Brotas, famoso pelas incursões de rafting partimos em busca do próximo rio que deságua no Tietê, o rio Jacaré –Açu.
Minutos depois adentramos o canal em direção a Marina Porto Izabela onde deixaríamos os barcos para depois retornarmos para fazer a terceira perna até Sales. À medida que adentrávamos o canal iam surgindo enormes ilhas de camalotes, quando contornamos a curva no fim do canal surgiram varias casas de veraneio com enormes trapiches cobertos com vagas molhadas para todo tipo de embarcação de pesca. Navegamos ate o fundo do canal que pra nossa surpresa estava fechado de camalotes. O Bichop, o Zip e o Igaraçu pararam umas duas vezes para pedir informações para as pessoas locais sobre a localização da Marina que pelas informações era impossível atracar pela quantidade de camalotes que tomava a frente da pequena vila. Pelo radio decidimos cair fora rápido dali, pois já estava anoitecendo e precisávamos de um lugar seguro para pernoitar.
Motoramos ate o leito do Tietê onde consegui contato com o Papaléguas que ainda fazia o percurso de volta pelo Jacaré-Pepira com belas fotos e boas histórias. Mais um fim de tarde deslumbrante, e com as margens pinceladas de dourado pelo por do sol seguimos pelo espelhado Tietê em busca do quiosque do Edimar um amigo do Marcelo Risatti próximo a eclusa de Promissão.
Sem o waypoint tivemos que achar o quiosque na raça, chamamos ate o operador da eclusa que nos informou que não havia nenhuma Marina naquela região. Margeando o rio com as lanternas fomos perguntando aos pescadores nos trapiches ate que encontramos o quiosque em meio as arvores mais ou menos nas dicas que foram passadas ao Marcelo. Haviam alguns pescadores por ali que nos ajudaram a atracar os barcos e com as luzes estroboscopicas acesas indicamos o caminho para o Papaleguas.
Banho rápido na tripulação logo armamos o que seria nosso primeiro jantar coletivo da expedição, cada um colaborando com algum alimento mas quem orquestrou a frigida dos ovos e o delicioso ensopado de carne foi nosso gaucho Paulo Abreu que se diga de passagem tem mestrado de rancheiro.
Nessa noite deu até pena de dormir porque a lua estava tão deslumbrante, refletindo no rio o seu prateado denunciando os camalotes que encontraríamos pela manhã.




Ancoramos todos na ponta da praia, e fomos em busca de gelo, gasolina e transporte para os tripulantes que precisavam retornar ao trabalho na manha seguinte. Fomos a cidade de taxi deixamos os tripulantes na rodoviária e carregados de água e gelo retornaram a praia Paulo Fax e o Marcelo.
O Chico o Frank e o Paulo Abreu tomaram conta das meninas e dos barcos.
Cansados pernoitamos na ancora.

Saímos as 07h30min da manhã e a saga se sucedeu após a ponte da SP 321 com ventos e ondas na pro e muitos tocos no caminho. Foram longas doze horas de motorada com uma hora apenas para descanso.

Comemoraram muito a passagem do Bichop e do Igaraçú e logo avistaram o mastro do Papaléguas que descansava a esquerda da bifurcação no fundo do canal. No longo trapiche fomos recebidos calorosamente pelo Paulo Pinotti, Tato, Pedrazzoli Jr e outros.
Anoiteceu rapidamente e arrumamos os barcos para o longo descanso de 03 semanas.
Visto o cansaço Paulo Fax acabou passando uma informação errada ao Zip que demorou 40 minutos a mais para chegar ao rancho. À noite fomos agraciados com uma bela “Paella de frango com pequi” preparada pelo nosso amigo Pinotti que nos acolheu confortavelmente em seu rancho.
As 06h da manhã a van contratada chegou para nos levar ate os carros no BTC de Bauru.
Duas pernas em um só feriado... Ufa!
Retomaremos o seguimento da Expedição no dia 28 de novembro com destino a Barbosa em seguida o Iate clube de Araçatuba.
Agora confira os vídeos da 2a perna!
Agora confira os vídeos da 2a perna!
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